MAURO MATA CACHORRO-SHIMIZU.
No almoxarifado, nós éramos bem unidos, não aceitávamos que
fizessem alguma sacanagem conosco. Bem, este tal de Mauro, tinha o apelido de
MATA CACHORRO, pois onde ele morava tinha fama de matar os cachorros que por um
acaso o incomodasse, morava lá depois da poça, lá perto de Pendotiba e naquela
época o transporte era muito ruim, até hoje é uma merda.
Ele era o comprador da empresa e todos os fornecedores na
época do Natal, mandavam brindes, presentes para o pessoal da empresa, tanto
setor de compras como também para o almoxarifado, que era de onde saiam os
pedidos para serem comprados. Ele era um pouco arrogante, pedante, e a maioria
dos funcionários não gostava dele. Na obra nós fazíamos uma parte de construção
civil, que pega também hidráulica, elétrica e comprávamos muitas madeiras e os
caminhoneiros, principalmente os que traziam madeiras vinham do Sul, e na
boleia traziam sempre uns garrafões de vinho que eram entregues ao MATA CACHORRO
para serem distribuídos pelo pessoal da obra. Começavam a chegar no final de
Agosto e assim, todo mundo pensava, que no Natal cada um de nós, teríamos pelo
menos dois garrafões de vinho.
Porém mais tarde descobrimos que o puto do Mauro, estava
levando o vinho para sua casa e perto do Natal, só havia dois garrafões.
O Moura que era o chefe do almoxarifado achou muita
sacanagem o que ele fez conosco e resolveu fazer uma sacanagem com ele também.
Esperamos ele ir embora e entramos na sala dele, apanhamos os dois garrafões de
vinho, aliais, um vinho muito bom e o Moura com muito cuidado rompeu o lacre,
tirou mais da metade do líquido e completou com água, só que não foi uma água
normal, pegamos água da privada, completamos o volume normal do garrafão, o Moura refez o lacre, e olha
que ficou perfeito parecia que nunca tinha sido mexido.
No dia seguinte o MATA CACHORRO, levou os dois garrafões de
vinho para casa, lá em Pendotiba, depois da poça, saiu do Caju, de ônibus, foi
até a Praça Quinze, pegou uma barca, lá em Niterói pegou mais um outro ônibus
para casa, o maior sufoco, pois eram dos garrafões de cinco litros cada. Quando
voltamos ao trabalho, logo após o Natal, a confusão já estava formada, teve até
queixa na segurança do Estaleiro da Ishibras, os seguranças ficavam fazendo perguntas,
mas nada foi descoberto, e o MATA CACHORRO, ficou com aquele gosto de vinho com
água de privada na boca por muito tempo. A obra ainda durou pelo menos uns dezoito
meses e nunca mais o cara falou com a gente.. Almoxarifado unido jamais será
vencido, este era o nosso lema.
Wilton-11:14H-19/01/2016..
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