Espanha, ano de 1900, 24 de junho, nascia na cidade de Ourense, Elvira Vasques, que veio para o Brasil em 1903, e aqui viveu sempre com esperança e construiu sua vida com muita luta, disposição e garra.
Foi criada pela mãe do seu futuro marido, dona Theresa, no morro do Castelo, encontrou no Arthur, o seu grande amor. Em 1921, o Morro do Castelo virou pó, então ela se mudou para Marechal Hermes, onde nasceu minha querida mãe.
Guerreira sempre, deu duro, de sol a sol, lavando roupas para fora e conseguiu comprar um terreno em Vaz Lobo, e com esforço, com raça, muito trabalho construiu um barraco de madeira, onde passou a criar sua prole, três no total. A água encanada só chegaria na residência em 1938, com a ajuda do meu pai, que na realidade construiu a casa, passou a desfrutar de um verdadeiro lar.
Minha querida avó Elvira a quem sempre amei e tenho certeza que seu amor por mim era muito grande, tenho que agradecê-la em todos os momentos da minha vida, pois hoje possuo um lar, uma casa para me proteger, me abrigar, a mim e a minha família, e vivo onde nasci.
Tenho onde viver, e também onde descansar o corpo após a morte, pois o jazigo da família foi ela quem comprou. Guardo e sempre guardarei na lembrança, e no coração sua imagem, e recordo com emoção os momentos que passei ao seu lado. O carinho que ela me dedicava, os almoços de domingo em que ela misturava no meu copo guaraná e malzbier e me dizia sorrindo, toma, a vovó fez um pouco de “vuvu com guaraná”, recordo também seus braços abertos para me socorrer dos castigos de minha mãe, e tentando me proteger do mundo.
Esta mulher valente, que passou pela gripe espanhola, lutou contra tudo que poderia prejudicá-la e sua família, foi-se, desencarnou em meus braços, devo muito a ela, por isso será sempre lembrada com carinho e amor.
De onde estiver, ela irá receber de mim uma eterna gratidão.
Hoje dia das mães, ela que era avó foi mãe duas vezes!
Feliz dia das mães!
Wilton-18:35h
01/05/2017
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