Memórias
Póstumas de um Amor
É possível um amor morrer? Às
vezes me pergunto
A dúvida é enorme e me traz a incerteza
Pode um amor se desintegrar qual
defunto?
Perdendo no tempo ou pela
eternidade sua beleza
Não existe uma explicação ao menos
plausível
Para um acontecimento tão sofrido
Pois o amor se sente, não é
visível
Vive no corpo, na alma, pode ser
esquecido?
O amor é tão sublime, quando é
verdadeiro
É do ser humano o ápice da
felicidade
O auge do sentimento, luz no
nevoeiro
Mas pode morrer se é vivido com
intensidade?
Morrer um amor, é pergunta sem
resposta
O amor é infinito? Sobrevive a
morte?
A dúvida é instigante, quando se
gosta
Morre então o amor? Mesmo sendo
tão forte?
Morreu o amor. Morreu de que?
Foi acidente, atropelamento, colisão?
O meu morreu, só, veja você
Morreu rapidamente, de decepção
Não resistiu a ironia do destino
A insensibilidade de um coração
fútil
Que sempre deixa alguém em
desatino
Que de tudo tentou, para amar, mas
foi inútil.
O amor que se transformou em
sonhos angelicais
Que aos poucos foi sendo maculado
Colocando no coração, dores
infernais
Deixando a alma, o corpo todo
machucado
Machucado pelo espinho da dor, da
decepção
Coisa que quem ama, não pode
entender
Que aniquila a força de viver de
um coração
Que vê o seu amor sucumbir, se
perder
Trago no peito, o fogo da
desilusão
A hemorragia, que esvai o meu
querer
Deixando-me só, sofrendo a
ingratidão
E a certeza, da vontade de morrer
Fecho os olhos, não durmo, vejo os
teus
Que um dia me indicavam a
felicidade
Que posso fazer, se não foram meus
A alma, vai sofrer pela eternidade
E o amor? Morreu? Foi sepultado?
Talvez, mais com certeza, também o
foi minh’alma
Só podia ser assim, amor
enclausurado
Desesperado, magoado, com tão
grande trauma
E
o amor? Morreu ou está por um fio?
Não existe remédios? O estado é
terminal?
Ao lado do leito do amor moribundo,
silencio
Pois a dor me cala, sem forças,
estou próximo do final
E o amor? O quer houve com ele?
Era tão grande, tão bonito como
uma flor
Onde estais amor? Por que fui te
perder?
Mais uma vez na vida, fui premiado
com a dor
E o amor? Que representava tudo em
minha vida
Sem ele, nada tenho, nada sou e
sim
Apenas um corpo fétido, repleto de
feridas
Como cadáver, se decompondo,
próximo ao fim
O fim de uma quimera, de um sonho,
uma paixão
Que acabou, que foi morta, mas
ainda exala da terra
O perfume agradável, que um dia
encheu de emoção
Um coração, que também morto, para
o mundo se encerra
Talvez, nunca mais irei redescobrir
o amor
O amor está sendo para mim, sinônimo
de sofrimento
É uma mistura de saudades,
aflições e dor
Para mim se tornou inócuo, só
arrependimento
Quando penso neste amor, só
encontro mágoas
A dor devora intensamente a alma e
o coração
Esvai-se, como se de uma ponte,
víssemos passar as águas
E a decepção mata, pois amei com
devoção
Agradeço à Deus, por não ter
permitido-me sucumbir
Diante de tão animalesca decepção
Mais ainda encontro forças para
sorrir
E livrar da raiva e ódio, o meu
coração
Este coração, que existe a
presença de Deus
Que há de ser sobrevivente, a
falta de um amor
Que irá se livrar de decepção do
seu
E como sempre irá se livrar de
toda a dor
Dor que me impusestes sem pena
A dor da mágoa, da tristeza, da
solidão
Pois um coração assim, se encontra
as centenas
Mas, nunca mais, terão em mim, nenhuma
emoção
E o amor? Morreu? Sim morreu, só
lamento
E para espanto a causa mortis
encontrada
Foi falência múltipla de todos os
sentimentos
Restaram (ainda) dois,
arrependimento e tristeza, que incomoda

Realmente inspirador.
ResponderExcluirRealmente inspirador.
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