sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Memórias Póstumas de um Amor

Memórias Póstumas de um Amor


É possível um amor morrer? Às vezes me pergunto
A dúvida é enorme e me traz  a incerteza
Pode um amor se desintegrar qual defunto?
Perdendo no tempo ou pela eternidade sua beleza

Não existe uma explicação ao menos plausível
Para um acontecimento tão sofrido
Pois o amor se sente, não é visível
Vive no corpo, na alma, pode ser esquecido?

O amor é tão sublime, quando é verdadeiro
É do ser humano o ápice da felicidade
O auge do sentimento, luz no nevoeiro
Mas pode morrer se é vivido com intensidade?

Morrer um amor, é pergunta sem resposta
O amor é infinito? Sobrevive a morte?
A dúvida é instigante, quando se gosta
Morre então o amor? Mesmo sendo tão forte?

Morreu o amor. Morreu de que?
Foi acidente, atropelamento, colisão?
O meu morreu, só, veja você
Morreu rapidamente, de decepção

Não resistiu a ironia do destino
A insensibilidade de um coração fútil
Que sempre deixa alguém em desatino
Que de tudo tentou, para amar, mas foi inútil.

O amor que se transformou em sonhos angelicais
Que aos poucos foi sendo maculado
Colocando no coração, dores infernais
Deixando a alma, o corpo todo machucado

Machucado pelo espinho da dor, da decepção
Coisa que quem ama, não pode entender
Que aniquila a força de viver de um coração
Que vê o seu amor sucumbir, se perder

Trago no peito, o fogo da desilusão
A hemorragia, que esvai o meu querer
Deixando-me só, sofrendo a ingratidão
E a certeza, da vontade de morrer

Fecho os olhos, não durmo, vejo os teus
Que um dia me indicavam a felicidade
Que posso fazer, se não foram meus
A alma, vai sofrer pela eternidade

E o amor? Morreu? Foi sepultado?
Talvez, mais com certeza, também o foi minh’alma
Só podia ser assim, amor enclausurado
Desesperado, magoado, com tão grande trauma

E  o amor? Morreu ou está por um fio?
Não existe remédios? O estado é terminal?
Ao lado do leito do amor moribundo, silencio
Pois a dor me cala, sem forças, estou próximo do final

E o amor? O quer houve com ele?
Era tão grande, tão bonito como uma flor
Onde estais amor? Por que fui te perder?
Mais uma vez na vida, fui premiado com a dor

E o amor? Que representava tudo em minha vida
Sem ele, nada tenho, nada sou e sim
Apenas um corpo fétido, repleto de feridas
Como cadáver, se decompondo, próximo ao fim

O fim de uma quimera, de um sonho, uma paixão
Que acabou, que foi morta, mas ainda exala da terra
O perfume agradável, que um dia encheu de emoção
Um coração, que também morto, para o mundo se encerra

Talvez, nunca mais irei redescobrir o amor
O amor está sendo para mim, sinônimo de sofrimento
É uma mistura de saudades, aflições e dor
Para mim se tornou inócuo, só arrependimento

Quando penso neste amor, só encontro mágoas
A dor devora intensamente a alma e o coração
Esvai-se, como se de uma ponte, víssemos passar as águas
E a decepção mata, pois amei com devoção

Agradeço à Deus, por não ter permitido-me sucumbir
Diante de tão animalesca decepção
Mais ainda encontro forças para sorrir
E livrar da raiva e ódio, o meu coração

Este coração, que existe a presença de Deus
Que há de ser sobrevivente, a falta de um amor
Que irá se livrar de decepção do seu
E como sempre irá se livrar de toda a dor

Dor que me  impusestes sem pena
A dor da mágoa, da tristeza, da solidão
Pois um coração assim, se encontra as centenas
Mas, nunca mais, terão em mim, nenhuma emoção

E o amor? Morreu? Sim morreu, só lamento
E para espanto a causa mortis encontrada
Foi falência múltipla de todos os sentimentos
Restaram (ainda) dois, arrependimento e tristeza, que incomoda

http://imblog.aufeminin.com/blog/D20100526/456515_268063068_cristal-rosa_H052530_L.jpgWilton-10/03/2015-18:38H 

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